A biodiversidade tem espaço garantido nesta casa projetada pelo estúdio vietnamita Nguyen Khai Architects & Associates (NKAA). Desde o começo do projeto, pássaros, borboletas e árvores também são considerados proprietários da Labri, uma casa de vidro de 55 metros quadrados.
A construção foi encomendada por um casal que queria viver ao lado de um grande lago na cidade de Hue. O briefing era relativamente simples: solicitava apenas um andar de área útil e a inclusão de muitas áreas externas.
O estúdio aproveitou esta oportunidade para projetar uma casa que fosse um abrigo perfeito para seus clientes e para a vida selvagem e as plantas nativas. O resultado é que as vidas não humanas são hoje a maioria dos habitantes da Labri – motivo de satisfação para os arquitetos e para o casal.
“Perguntamos como seria viver sob o mesmo teto com nossos amigos botânicos”, explicaram os idealizadores da casa. “Nosso desejo era criar uma conexão mais profunda entre os humanos e a natureza neste mundo moderno e tecnológico”.
Os espaços residenciais de Labri são divididos em quatro blocos escalonados
conectados por caminhos, formados por uma mistura de vidro e concreto. Cada um deles é coberto por trepadeiras e abriga sua própria grande árvore de frangipani no telhado. Conhecida como jasmim-manga, a espécie é um arbusto ornamental, com cerca de 3 metros de altura.
Os arquitetos colocaram blocos de tamanhos diferentes de forma “aleatória” em pouco mais da metade do terreno de 100 metros quadrados, cedendo o resto do terreno a uma série de jardins e pátios internos para abrigar a biodiversidade, que realmente se espalhou por todo o local.
As coberturas, acessíveis por escadas fixas, pretendem trazer sensação de estar sobre uma montanha, enquanto os quatro blocos pretendem evocar cavernas no seu interior.
No interior do Labri, um dos blocos contém uma área de estar e jantar, enquanto outro contém uma cozinha. Os outros dois compreendem banheiro e dormitório.
Os blocos são unificados por seus designs deliberadamente simples, livres de divisórias internas e paredes sólidas que permitem aos moradores “ver através de cada espaço”. No entanto, alguma privacidade é proporcionada ao exterior pelas vinhas e pela vegetação.
A combinação de concreto e vidro em toda a casa foi escolhida para conseguir um visual minimalista, que se adequava ao “conceito de Labri, em que tudo é simples, simples e original”.
Para evitar o superaquecimento, foram utilizadas várias portas e janelas que podem ser abertas para facilitar a ventilação natural, enquanto a vegetação ajuda a sombrear os interiores. A proximidade de Labri com o lago também ajuda a resfriar o ar durante os meses do verão quente do Vietnã.
Fonte: Ciclo Vivo
Foto: Hiroyuki Oki
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