Imagem: Lawrence Berkeley Nacional Laboratory
Um grupo de pesquisadores da Lawrence Berekley National Laboratry, na Califórnia, desenvolveu já em 2018 um painel de vidro fotovoltaico capaz de absorver energia solar e convertê-la em energia elétrica. Concebido inicialmente para ser apenas um vidro capaz de mudar de cor e opacidade conforme a incidência de raios solares, o material é capaz de converter o calor do sol em energia elétrica mantendo essas mudanças no aspecto do vidro.
A descoberta empolgou os pesquisadores, que já enxergam um futuro em que estes vidros inteligentes podem substituir a maioria dos painéis tradicionais, sendo usados por edifícios ou carros para abastecer seu consumo interno. Um artigo científico que descreve as experiências e detalha a descoberta foi publicado na revista britânica Nature.
O vidro inteligente é revestido por um líquido semicondutor que contém diversos compostos químicos, como césio e iodeto de chumbo. Em temperatura ambiente, ele é bem transparente, permitindo a passagem de 82% da luz que chega nele; no entanto, aquecido até 105ºC, ele assume uma coloração alaranjada e se torna mais opaco, deixando passar apenas 35% da luz.
Apesar do otimismo, o material ainda é muito limitado, tendo capacidade de converter somente 7% da energia que recebe em forma de calor para eletricidade e a uma temperatura de 105 °C, o que o torna inviável para uso comercial. Para ser funcional, a estimativa dos cientistas é que seria necessário converter pelo menos 10% da energia incidente a partir de 50 °C, temperatura que se aproxima do que a superfície de uma janela pode chegar em regiões quentes.
Outra limitação diz respeito às cores do vidro quando ele recebe calor. No momento, o material só consegue sair do transparente para laranja, marrom ou vermelho, o que limita suas aplicações em veículos e projetos arquitetônicos.
O objetivo dos pesquisadores agora é aumentar a eficiência do material e aprimorar sua estética, buscando novas opções de cores, seja alterando os componentes do vidro ou aplicando corantes em sua formulação. Pelo menos por enquanto, o vidro inteligente ainda está bem distante das vidraçarias.
Fonte: Lawrence Berkeley Nacional Laboratory