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Será que o vidro escorre?

Na última edição nós falamos sobre uma característica bem interessante do vidro: o fato dele ter propriedades químicas parecidas com a dos líquidos, lembra...os átomos desorganizados, igual nos líquidos, o que, aliás, também é o motivo pelo qual o vidro é transparente. Como ele tem estrutura atômica desorganizada, sobra espaço para luz atravessar. Igual uma parede de tijolos, se estiver totalmente fechada não vemos nada do outro lado, mas, se estiver faltando tijolos e sobrando espaço, quem aparece? A luz!!!

Voltando aqui, o vidro poder ser considerado como se fosse líquido, só que super-resfriado, como se estivesse congelado. Então, podemos dizer que, o vidro é uma substância líquida, só que muitíssimo viscosa em temperatura ambiente, variando essa viscosidade de acordo com a temperatura.

Aliás, uma das propriedades químicas que tanto o vidro como qualquer líquido apresenta é a viscosidade, que nada mais é do que a capacidade de ser derramado. Mas, como assim ser derramado? É simples, imagine que você tem um copo d’água e um de mel. Se você tentar derramar as duas substâncias, qual dos dois copos vai esvaziar mais rápido? É claro que é a água, não é!? Porque ela é menos viscosa que o mel, isto é, resiste menos ao derramamento ou escoamento, que é quase a mesma coisa. Já o vidro, em temperatura ambiente, para derramar demoraria um pouquinho mais, porque ele possui uma viscosidade altíssima.

Mas, alguém aí já viu um vidro, em temperatura ambiente, escorrendo? Tem um pessoal que diz que sim. Durante muito tempo, alguns estudiosos acreditaram que os vitrôs das catedrais antigas, que tinham a base mais larga que a parte de cima, eram assim porque estavam escorrendo com o passar do tempo.

Porém, um químico brasileiro, o professor Zanotto, conseguiu provar, com seus estudos, que tudo isso era só especulação. Ele fez os cálculos e chegou à conclusão de que, para o vidro escorrer, em temperatura ambiente, levaria coisa de trilhões de anos. Ou seja, mais tempo que a idade do universo! Então, não era possível explicar a diferença de espessura do vitrô das catedrais com a ideia de que o vidro escorreu porque o vidro levaria muiiito mais que trezentos anos pra escorrer.

Mas, então, como explicar o caso dos vitrôs das catedrais antigas? Também tem uma resposta para isso e ela está no processo de fabricação de vidros usado na época. Os métodos mais antigos de fabricação de placas de vidro não eram capazes de produzir chapas com espessura uniforme, isto é, as chapas de vidro já saiam da fabrica mais grossas em lugar e mais finas em outro, irregulares mesmo. Além das diferenças de espessura, outras imperfeições também ocorriam, como pequenas ondulações. A solução para esses defeitos só surgiu em 1959, com a invenção do processo de fabricação de vidro por flotação, por Alastair Pilkington.

Por isso que quando o pessoal encontrou os vidros antigos com espessuras diferentes logo pensaram que era o vidro escorrendo, afinal, hoje em dia os vidros das janelas são totalmente planos. Eles pensaram que se só os antigos tinham espessura diferente era porque já tinha dado tempo de escorrer. Mas, vimos que não era bem isso!

Fontes de consulta:

http://projetoockham.org/boatos_vidro_1.html

http://people.ufpr.br/~joucoski/ciencia/natureza/_respostas.htm

http://www.cienciadosmateriais.org/index.php?acao=exibir&cap=11

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